sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Jardim do âmago

Os homens... os homens... viventes e mesmo que plasmados, possuem medo... Nao ha uma colisão irresponsavel e desenfreada de felicidade e homem. A felicidade nao é colidida a eles. Tudo é apresentado como um grande vão. Tornam-se sujeitos que não possuem mais caminhos a percorrerem, a não ser que essa direção tome rumos extremos da imaginação. A imaginação, então, caro vivente, se expressa como uma fórmula alquimista de solucionar. Nao há outro caminho...

Note a historia desta flor...


Um dia ele (sujeito homem) conseguiu encontrar uma flor. Uma flor formosa, viva, salutar. Cheia de perspectivas promissoras.

Um dia ele (o mesmo sujeito de antes) conseguiu encontrar uma flor. Essa flor estava completamente enraizada numa monte de terra cheio de vermes e não havia mais esperança para ela que desenhasse algum porvir bom.

Tudo era caos, tudo era morbidez, tudo era péssimo de se ver e sentir. Mais sentir que ver. A flor, então, foi forte, ficou de pé, ficou mais ainda de pé, murchou, tremeu, sacudiu, sujou-se com aquela terra misturada com uma água suja, era barro. Então a flor olhou para o céu e a terra, tirou forças lá das profundezas da alma arenosa e decidiu escolher mais uma vez ancorando-se somente no acaso daqueles instantes. Fez uma escolha. Creio que tenha dado certo, veja: limpou-se, ergueu-se, tirou a terra, ate o céu, e continuou sua vida biológica crescente. A flor sorriu alegremente, mas não era um ser humano, ora bolas, era simplesmente uma flor. Então por que esse gênero vegetal teve a capacidade e a audácia de sorrir ? ahhhhh... a resposta.... a reposta.... onde esta a resposta de uma questão tão simples e também tão extraordinariamente terrível. De alguma maneira, esta flor sorriu e sorriu mesmo. Pronto! Ponto! Ponto final! O jardineiro, que estava por ali policiando os acontecimentos daquele jardim imenso não entendeu absolutamente nada... Esta flor encontrou a felicidade. Felicidade eterna, já que ela pertence ao gênero vegetal e não humano.

A flor alem de sorrir começou a falar e a se revoltar tremendamente. - Nossa, que absurdo! A flor começou a falar e a gritar palavras jogadas ao vento daquele jardim suspenso na rua das flores. Movimentada por sinal. - Não quero mais saber! O acaso não me pertence para o instante! - Estou muito deprimida, disse a flor. Toda minha beleza esta sendo corrompida, mesmo que eu sacuda, mesmo que tome decisões, mesmo que eu me limpe nas águas purificadas desse céu terra, desta terra e céu. Não há solução, nada me vem a mente (flores também possuem cabeça).

Nossa, que mudança repentina!

Nada que torne as coisas possíveis são extremamente ruidosas, pois o espetacular esta do lado de cada flor, por isso a coisa invisível e impenetrável do discurso se dirigiu ao trágico e a solidão. O jardim é cheio, abundante de flores, muito bonitas por sinal, mas, de forma surpreendente, somente uma única flor consegue se levantar das cinzas, sorrir e logo em seguida ser o gênero mais pessimista de todos os tempos e canteiros. Que grande falta. Falta de que ? - A felicidade não tem um conceito prático? Perguntou ferozmente a flor. Esse jardineiro esta muito quieto e possivelmente ele pode nos dar a solução desse enigma do jardim. A quietude nao fala? A quietude não desenha resoluções dos pensamentos duvidosos?O jardineiro permaneceu quieto, continuou em sua imobilidade por tempos... pois pertence ao gênero humano e não podia comunicar com uma flor. - Jardineiro otário. Como pode um cuidador de flores ter essa atitude para com a flor e deixa-la no silencio da alma, perdida e desamparada? Alem de muito ocioso nas palavras, também não explica essa simplicidade complicada chamada felicidade. Que maldade com a flor...

A flor permanece...